Roca-de-velha, Conteira, Jarroca, Hedychium gardnerianum Sheppard ex Ker-Gawl.
Invasora
A Roca-de-velha é uma planta com uma flor muito bonita que foi introduzida como ornamental em jardins dos Açores no século XIX. Esta espécie é originária dos Himalaias, onde as condições climáticas controlam o seu crescimento e disseminação. Nos Açores, como em muitos outros sítios do mundo, é considerada uma invasora, fazendo parte da lista das 100 espécies exóticas invasoras mais perigosas do mundo, lista publicada pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Nos Açores a Roca-de-velha consegue crescer em qualquer zona, em qualquer altitude, do nível do mar até as zonas mais altas. Os seus rizomas, caules subterrâneos parecidos com raízes, permitem-lhes expandir-se muito rapidamente e criar novas plantas, e a planta produz também frutos com muitas sementes que são disseminadas pelas aves. Quando a Roca-de-velha se estabelece numa área invade-a rapidamente, nenhuma outra planta consegue competir na conquista de espaço e a esta invasora depressa se torna a planta dominante nesse local. Tais alterações no coberto vegetal de uma área provocam também alterações no tipo de fauna capaz de habitar esse “novo” habitat e podem levar à extinção de várias espécies, quer de animais quer de plantas, endémicas e nativas dos Açores.
Uma vez estabelecida, a Roca-de-velha é extremamente difícil de erradicar. É necessário arrancar os rizomas, uma tarefa que tem de ser repetida várias vezes de modo a garantir que não voltam a aparecer brotos. Esta é uma tarefa relativamente fácil numa área pequena, como no nosso quintal, mas torna-se muito difícil, até impraticável, em zonas grande, de difícil acesso, como nas nossas florestas nativas. Sem controle, a Roca-de-velha pode invadir e acabar por destruir totalmente ecossistemas, tornando impossível a regeneração da vegetação natural com consequente impacto negativo na fauna associada.
Nos Açores estão em curso vários projetos LIFE financiados pela União Europeia, que têm como foco a proteção e a regeneração de zonas naturais degradadas e/ou a proteção de espécies indígenas. No âmbito destes projetos são frequentes as ações de remoção de plantas invasoras, como por exemplo da Roca-de-velha.
Ilustração utilizada nos postais e sacos.
Ginger lily, Hedychium gardnerianum Sheppard ex Ker-Gawl.
Invasive
The Ginger lily is a plant with a very beautiful flower that was introduced as an ornamental in Azorean gardens in the 19th century. This species is originally from the Himalayas, where climatic conditions control its growth and spread. In the Azores, as in many other places in the world, it is considered an invasive species, being part of the list of the 100 most dangerous invasive alien species in the world, a list published by the International Union for Conservation of Nature (IUCN). It the Azores archipelago, the climate is mild and the ginger lily can easily grow everywhere, at any altitude, from sea level to the highest areas. This species has reproductive underground structures that resemble roots called "rhizomes", which allows it to expand very quickly and create new plants. It also produces fruits with many seeds, which are spread by birds. When the Ginger lily starts to invade an area, no other plant can out compete it, and the Ginger lily quickly occupies the entire space. This change in natural ecosystem processes alters the type of fauna capable of inhabiting this "new" habitat and can lead to the extinction of endemic and native fauna and flora species of the Azores. Once established, the Ginger lily becomes extremely difficult to eradicate. It is necessary to remove all the rhizomes and then continuously and repeatedly monitor the area to make sure that any shoots, which will surely appear again, are promptly removed. This is a feasibly task when we are dealing with small areas, like our own backyard. However, it becomes an extremely difficult endeavor in bigger and hard-to-reach areas, like in native forests of the Azores. Without control, the Ginger lily can quickly invade and destroy ecosystems, make the regeneration of natural vegetation impossible, and have a great negative impact on the associated fauna.
In the Azores there are several ongoing LIFE Projects funded by the European Union, which focus on the protection and restoration of degraded natural areas and/ or the protection of indigenous species. In these projects, actions to remove invasive plants, such as the Ginger lily, are commonly implemented.
Illustration used on postcards and tote bags.